top of page

Entrevista a Vicri

Boa Tarde Leitores,

Mais uma grande entrevista que tive oportunidade de fazer, desta vez não a um designer mas sim a uma Marca Portuguesa, a Vicri.

João- Já Conhecia o nosso Blog?

Jorge Ferreira- Confesso que não. Fiquei a conhecer após o vosso contacto.

João- De onde surgiu a ideia de criar uma marca masculina nesta área que é maioritariamente feminina?

JF- A VICRI nasceu pelas mãos do falecido Pinho Vieira em 1986. Foi uma sociedade até meados de 2010, ano em que o Grupo Têxtil Riopele adquire a empresa na totalidade e converte-a em marca do Grupo. A VICRI conta com a minha colaboração desde 2008 e, quanto à vossa questão, não acho que atualmente esta área seja exclusivamente masculina, cada vez mais os homens se preocupam com a sua imagem.

João- Qual o tipo de homem que veste Vicri?

JF- Os nossos clientes variam entre os 30 e os 60 anos e dividem-se em dois grupos distintos. O Clássico – Executivo, procura um Look mais discreto, valoriza detalhes mais subtis e procura um fitting que valorize a sua estatura. No extremo oposto temos o cliente – Sofisticado – Mais trendy, espirito jovem, informado sobre tendências e procura produtos mais extravagantes já que aprecia ser notado.

João- Sabemos que a Vicri veste muitos "famosos" nacionais, como é que tudo começou? Vestir alguma "celebridade" internacional está nos vossos planos\sonhos? Porquê?

JF- É verdade, acho que se deve muito ao facto de sermos menos conservadores no que toca a cores e padrões no universo masculino. Quem vive da imagem quer algo que se destaque e favoreça a probabilidade de não ser esquecido. Mesmo nas “celebridades” temos diversos tipos de homens, uns com uma imagem mais sofisticada como é o caso do João Montez (TVI) e outros bem mais discretos (graças também à tipologia de programa televisivo em que estão envolvidos) como é o caso do Hugo Gilberto ou Miguel Guedes.Para além das parcerias com “celebridades” existem depois os clientes mediáticos, como é o caso do Manuel Luis Goucha. Não existe, por vontade e exigência do próprio, qualquer tipo de patrocínio, ele escolhe e paga o que quer usar e ainda publicita a marca o que nos deixa muito, contentes claro está.Tendo em conta a longevidade da marca e o facto de vendermos internacionalmente no canal multimarcas, muitas foram já as celebridades que usaram a marca. Existe um vídeo clip de Robbie Williams em que o cantor está com uma camisa vicri. O Rei de Espanha já usou gravatas nossas entre muitas outras figuras internacionais. Não é algo que para já tenhamos planeado, foram casos pontuais que nos orgulham.

João-Como se sente ao ver a Vicri "desfilar" na passarela do Portugal Fashion? Foi um longo percurso até lá chegar?

JF- Pessoalmente foi muito gratificante a marca que represento atualmente ter essa possibilidade. É uma excelente forma de mostrar o nosso trabalho. Para a marca foi o regresso ao mercado nacional. Havia muita gente que julgava que a marca tinha desaparecido, estivemos algum tempo focados no mercado externo, mas finalmente em 2010 com a integração no Grupo Textil Riopele voltamos - e bem - a assumir a nossa nacionalidade com força e orgulho, aliás passamos a assinar as peças com VICRI Porto, foi no Porto que a marca nasceu.

João- Querem expandir mais a marca? Onde gostariam de ter mais lojas físicas?

JF- A nossa politica de expansão está vocacionada para o canal multimarcas. O mercado Inglês, que no passado foi muito importante para a marca, é um dos nossos objetivos. Aprendemos com os erros cometidos no passado, agora é trabalhar para reconquistar ponto-de-venda. Temos também consciência que o retalho está a mudar, não temos planos de ter mais lojas físicas, o futuro passa pelo comércio online e é neste campo que estamos a investir, testar, organizar e melhorar.

João- Preferem Verão ou Inverno? Porquê?

JF- Inverno. Comercialmente é a estação mais complicada, é mais curta. Mas criativamente é muito mais rica, permite construir looks mais complexos e pessoalmente gosto muito mais.

João- Qual o processo para criar cada uma da coleção da Vicri?

JF- Como marca comercial, temos sempre a dureza dos números e dificuldades do mercado que não podemos ignorar. Por isto as coleções têm de ter uma base comercial, que nem sempre é a mais trendy, mas temos a possibilidade de todas as estações criar modelos mais fashion foward graças ao nosso conceito. Obviamente que a pressão é o incremento das vendas pelo que muitas criações não avançam por receio do mercado ainda não estar preparado para as assimilar. Atualmente estamos a desenvolver a coleção outono/inverno 17. Verão 17 está pronto e será apresentado ao publico no Portugal Fashion em outubro.

João- O que os motiva verdadeiramente?

JF- A procura pela excelência marcando sempre a diferença. É esta a filosofia que tento incutir diariamente na minha equipa, da criação às vendas. O feedback do cliente será sempre a nossa maior preocupação

João-Como vê a marca daqui a 10 anos?

JF- A VICRI, talvez por recentemente ter uma gestão mais realista, tem sobrevivido a todas as turbulências nacionais e internacionais do mercado. Muito devido ao facto de nunca termos arriscado demasiado em termos de expansão do negócio. Podemos ter sofrido com isso, sim, mas muitas marcas que em pouco tempo abriram redes de lojas por todo lado agora não existem. É preferível não dar passos maiores que as pernas e assim termos a possibilidade de nos ajustarmos às mudanças económicas, politicas e culturais que nos rodeiam. Esta é a minha visão.Se ainda estiver na marca daqui a 10 anos ficava muito contente se a marca fosse ainda mais considerada e reconhecida pelos portugueses com orgulho do que bem se faz em Portugal.

João- Muito Obrigado Jorge!

Fiquem atentos, muitas surpresas nesta rubrica de entrevistas estão para vir!


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page